Após 2 a 0, Alvinegro terá de fazer vantagem de três gols de diferença no Engenhão

(Crédito: EFE)

A bruxa voltou a atacar o Botafogo na Argentina. Mesmo com um jogador a mais durante 45 minutos, o time de Ney Franco sucumbiu à pressão e o ímpeto do Estudiantes, foi derrotado por 2 a 0, com direito a golaço de Verón, e complicou suas chances de se classificar para as semifinais da Copa Sul-Americana, filme semelhante ao de 2007.
Poucos jogadores da atual equipe do Botafogo têm experiência internacional. Nem por isso, foram intimidados com a pressão da torcida do rival e da catimba argentina. Apesar do melhor início do Estudiantes, aos poucos o time de Ney Franco se organizou em campo e igualou as ações.
Castillo já havia feito ótima defesa, ao abafar chute de Boselli já dentro da área, e Túlio, livre, tinha posto Andujar para trabalhar em arremate da meia-lua, quando, ao confundir raça com violência, o zagueiro Alayes foi expulso após literalmente levantar Wellington Paulista, aos 18.
Com isso, a partida ficou à feição do Alvinegro, que passou a ter mais espaços para atacar, além de ter controlado o Estudiantes, muito dependente de Verón, que se limitava a tentar jogadas individuais, sempre paradas ora por faltas, ora pela boa marcação do meio-de-campo do Botafogo.
Em uma dessas investidas de 'La Brujita', Zé Carlos foi mais esperto, roubou-lhe a bola, e deixou Wellington Paulista de frente para o goleiro. Ele chegou a driblá-lo com uma bela pedalada, mas errou o alvo, depois de ficar com ângulo reduzido.
Esperava-se, ao menos, que Ney Franco desse aquela chacoalhada no time, e mandasse o Fogão para o ataque. Porém, o que se viu foi exatamente o contrário. Retraído e aparentando satisfação com o virtual 0 a 0, mesmo que com um homem a mais, o Alvinegro deu espaços ao Estudiantes, que se tornava mais perigoso a cada vez que avançava.
Até que em falha grotesca de Castillo, que caçou borboleta em um cruzamento, o artilheiro Boselli abriu o placar. Em desvantagem, Ney preparou e lançou Zárate, que inicialmente seria titular, na vaga de Diguinho. O que o técnico não esperava era que antes mesmo de o argentino se aproximar da área, Verón, livre de marcação, acertaria um lindo chute de fora da área, que Castillo, mal-posicionado, aceitou.
Para piorar, Túlio se irritou com um adversário e foi expulso dois minutos depois. A partir daí, o time comandado por Leonardo Astrada limitou-se a tocar a bola, quando tinha a posse, irritando o Botafogo, que, vez por outra, conseguia se aproximar da área. Zárate era o único que incomodava a defesa argentina. Já Zé Carlos, Jorge Henrique, esse com muita raça, e Wellington quase não apareciam de forma efetiva.
Até o fim, o Glorioso ainda tentava, desornadamente, forçar um golzinho, que facilitaria demais sua vida no Rio. Mas o Estudiantes, que no fim das contas acabou por dar um banho de bola, manteve o placar e levou ótima vantagem para o Engenhão, dia 5 de novembro.
FICHA TÉCNICA:
ESTUDIANTES (ARG) 2 X 0 BOTAFOGO
Estádio: Ciudad de La Plata, La Plata (ARG)
Data/hora: 21/10/2008 - 21h (de Brasília)
Árbitro: Carlos Amarilla (Fifa-PAR)
Auxiliares: Emigdio Ruiz (PAR) e Nicolás Yegros (PAR)
Renda/público: R$ / pagantes
Cartões amarelos: Alayes e Juan Díaz (EST); Triguinho e Andre Luis (BOT)
Cartões vermelhos: Alayes, 18'/1ºT (EST); Túlio, 19'/2ºT (BOT)
GOLS: Boselli, 11'/2ºT (1-0); Verón, 17'/2ºT (2-0)
ESTUDIANTES: Andujar; Angeleri, Alayes, Cellay e Diáz; Galván, Sánchez, Verón e Benítez; Fernández (Calderón, 10'/2ºT) e Boselli - Técnico: Leonardo Astrada.
BOTAFOGO: Castillo; Alessandro (Lucas Silva, 46'/2ºT), Renato Silva, Andre Luis e Triguinho (Thiaguinho, 22'/2ºT); Leandro Guerreiro, Túlio, Diguinho (Zárate, 16'/2ºT) e Zé Carlos; Jorge Henrique e Wellington Paulista - Técnico: Ney Franco