Postado em 10/5/2010 às 0:00 por Caio Maia
Terry superou a crise fora de campo e acabou campeão
O 8 a 0 do Chelsea no Wigan não foi apenas a goleada que garantiu o título inglês para os Blues pela primeira vez desde 2006. Foi, também, a 13a vitória por pelo menos 3 a 0 dos Blues no torneio, em que venceram 27 vezes.
Os Blues marcaram 103 vezes, pulvrerizando assim o recorde anterior da Premier League. Ganharam, apesar de só o terem feito na última rodada, com relativa folga. Sem que se possa discutir sua superioridade.
Todos sabiam, é verdade, que neste ano o United teria que sofrer algum tipo de baque. Ninguém perde o melhor jogador do mundo e sai ileso disso. Alguns, este colunista, por exemplo, esperavam que o trono fosse ocupado por outro rival, o maior deles. Quando, entretanto, o Liverpool deixou claro que nada faria neste ano, o Chelsea já tinha disparado.
Não tivesse sido o ano de Wayne Rooney e os Blues teriam garantido o título há várias rodadas. O United viveu de seu craque durante todo o ano, e talvez se o atacante não tivesse enfrentado nenhum problema físico o resultado final fosse outro. Não se discute, entretanto, que, embora não tenha um Rooney entre seus muitos foras de série o Chelsea, hoje, é mais time que o United.
Ainda assim, a sensação é diferente da de quando o clube, treinado por Mourinho, ganhava título em cima de título. E a fragilidade dos adversários, aliada ao fato de que, mesmo assim, os Blues quase perderam o título, é certamente responsável por isso.
Não é coincidência, portanto, que apesar de conquistar o título e poder ganhar também a Copa, o Chelsea não tenha o jogador do ano, e nem o técnico. O trabalho de Ancelotti foi sem dúvida não só bem sucedido como competente, e é impossível não enxergar a qualidade do elenco Azul. Apesar disso, além do sucesso ofensivo, que entrará para a história, a sensação ao final da temporada é de que o domínio tinha que ter sido maior.
Não há que se esquecer dos problemas extra-campo vividos por Terry, que atrapalharam o capitão da equipe dentro dele, e acabaram levando o time a uma fase de resultados pouco expressivos. Nem, como já foi dito, diminuir a excelência de Wayne Rooney no ano, capaz de transformar um United confuso em um improvável concorrente ao título.
O problema para o United esteve claro desde o primeiro momento: os jogadores trazidos para tentar diminuir o impacto da saída de Ronaldo pouco ou nada renderam, e os que já estavam no clube e de quem se esperava mais, como é o caso do brasileiro Anderson, só apareceram de vez em quando.
Os Diabos tiveram que confiar, de novo, em Giggs, Scholes e Neville. Na temporada passada, como coadjuvantes, ainda deu. Nessa, como protagonistas, claro que não. Na próxima, então, esperar alguma contribuição regular desses jogadores é extrapolar a carga normal de otimismo.
Os Blues não inspiraram neste ano o mesmo respeito da era Mourinho? Fato. Não tiveram adversário verdadeiro? Idem. No ano que vem, porém, os adversários não têm nenhum motivo para ser otimistas – com a possível exceção do Tottenham, e não parece razoável achar que um time possa pular de fracassado maior a concorrente ao título. O Liverpool acabou; o Arsenal não engana mais ninguém, e o United não tem dinheiro para comprar os jogadores de que necessita.
Do outro lado, o título, e a relativa tranquilidade doméstica que deve ter no ano que vem, além da distância da crise, podem inspirar Roman Abramovich a abrir o cofre. O elenco Azul, que já é ótimo e não tem nenhum jogador passando da idade, com um ou dois foras-de-série pode muito bem no ano que vem voltar sua mira para a Europa. Técnico para isso, já tem.
___________________________________________________
Curtas
- Queria falar de Harry Redknapp e de seu Tottenham nesta coluna, mas no dia do título era inevitável que o assunto fosse o Chelsea.
- Os Spurs, portanto, ficam para a semana que vem. A mensagem, claro, só pode ser uma: quem manda cornetar? Agora, engole o que falou e admite o erro!
- O que faltava definir na Premier Leaue além do título era mesmo a quarta vaga na LC, que nem esperou o final de semana para ficar com o Tottenham.
- A vitória sobre o City na casa do adversário foi uma aula de futebol.
- Não pode haver dúvida neste momento de que o Tottenham é superior ao adversário, e fez por merecer a vaga.
- No Championship, Cardiff e Blackpool saíramna frente nos playoffs. Os galeses venceram o Leicester na casa do adversário, e têm um pé na final, enquanto o Blackpool ganhou do Nottingham Forest por 2 a 1 em casa.
- Os jogos de volta acontecem terça e quarta-feira.
- Na rodada final da League One, os principais interessados venceram, e, com isso, quem subiu foi o Leeds.
- Para quem não se lembra, a equipe dominou a liga na primeira metade da temporada com muitas folgas, mas acabou perdendo o gás, e por pouco não acabou tendo que disputar os playoffs.
- Milwall x Huddersfield e Swindon x Charlton decidem a terceira vaga.
- A última vaga no rebaixamento para a League Two acabou com o Gillingham, que perdeu do já rebaixado Wycombe e acabou ultrapassado pelo Hartlepool no saldo de gols.
- O Southampton, que esteve na zona da morte ou perto dela durante o começo da temporada, acabou em sétimo, embora longe do sexto – e dos playoffs.
- Na League Two quem dançou foi o Grimsby. As últimas vagas dos playoffs acabaram com Morecambe – que ficou em quarto – e Dag & Red.
- Na Escócia, a notícia da semana foi o 6 a 6 entre Motherwell e Hibernian.
A partida chegou a estar 6 a 2 para os edimburguenses, mas o Motherwell conseguiu o empate.
- Não que tenha adiantado alguma coisa: na última rodada a equipe empatou com o Rangers em 3 a 3, e acabou superada pelo Hibs, que venceu o Dundee Utd. Na casa do adversário.
0 Response to "Enfim campeão"
Postar um comentário