Postado em 10/5/2010 às 1:15 por Leonardo Bonassoli
Prognósticos: se sempre fossem assim certeiros, nem precisaríamos jogar. A primeira rodada serviu para nos provar algumas coisas bem pontuais. Primeiro: será uma disputa equilibrada. Segundo: o fator casa será fundamental ao ponto de apenas dois times terem vencido fora de seus domínios. Claro que é cedo demais para dizer quem sobe e quem cai, mas já é suficiente para conhecer alguma cartadas das equipes,
algumas recém-chegadas ao baralho.
Algumas partidas eu pude acompanhar com mais atenção. O Vila Nova mostrou que poderá ter sérios problemas com a defesa, como mostrou diante da Portuguesa (4 a 1 para a Lusa). Boas defesas são fundamentais em campeonatos longos de pontos corridos, o São Paulo que o diga na Era Muricy. A goleada sofrida serve de alerta para o Tigre Goiano, ainda mais depois de ter sido um dos times que ficaram para trás num estadual que teve o Santa Helena como vice (usando inclusive gente que passou pelo Vila, caso do meia Keninha, pretendido por vários clubes do futebol brasileiro).
O Coritiba é outro que tem que tomar cuidado com a defesa. Dois gols do Náutico na vitória do Timbu por 3 a 1 saíram em tabelas pelo meio em que os atacantes saíram na cara do goleiro Edson Bastos. O Náutico fez muitas aquisições para o elenco e estreou algumas. Se jogar combinando a ousadia tática do jogo de sábado com o potencial que o time tem para contra-atacar fora de casa, é sério candidato ao retorno à principal divisão do futebol brasileiro.
Além do Náutico, a surpresa positiva da rodada foi o Paraná Clube. Após semana turbulenta com ameaça de greve de jogadores e possibilidade de renúncia do presidente, o Tricolor Paranaense mostrou qualidades e deu alento ao seu torcedor. Já sabia do potencial de Leandro Bocão, uma revelação tardia de 30 anos, mas não imaginava que ele fizesse dois gols logo de cara. Para quem não conhece, Leandro
Bocão rodou por muitos anos no interior mineiro e atuava tanto no meio como no ataque. Esteve no Toledo, time rebaixado no Paranaense e esteve entre os artilheiros da primeira fase do campeonato. Jogador de muito bom porte físico, gosta de arrematar de qualquer posição. Com ele em campo, Marcelo Toscano pode flutuar mais em campo. De certo modo, uma contratação certeira e bastante útil.
Pó de Guaraná
* Só eu que achei curiosa a jogada ensaiada do primeiro gol do Brasiliense contra o Sport? Uma bola que poderia ser chutada diretamente foi cruzada pouco além da barreira para uma cabeçada certeira.
* O Icasa acabou mandando o jogo contra o Santo André em Fortaleza, fora de Juazeiro do Norte, cidade sede do clube. Com certeza, até pelo público pequeno, fez diferença contra o Verdão do Cariri, derrotado por um Santo André em reconstrução. Se não conseguir a liberação do Romeirão para o restante da disputa, temos um sério candidato ao rebaixamento.
* Outro que deve ter dificuldades por conta de mando é o Duque de Caxias. Aliás, cá entre nós, é uma tremenda besteira ter capacidade mínima para poder mandar jogos em algumas competições. O único critério deveria ser segurança e estrutura para imprensa, atletas, arbitragem e público, não importando se para 3 mil ou para 100 mil
pessoas. Não agrada nada um time não ter estádio para 10 mil pessoas ter que mandar jogos fora de sua cidade para 150 gatos pingados, enquanto que em sua sede poderia ter públicos de 3 ou 4 mil pessoas. É algo para se pensar.
* Nesta pista do drop anterior, temos o exemplo do Monte Azul no Paulistão. Por que uma cidade de 17 mil habitantes seria obrigada a ter um estádio para 10 mil pessoas que raramente encheria? É um incentivo aos elefantes brancos e torna proibitiva a subida de times de centros menores.
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Eco da Semana
- Todas as vezes anteriores que o Paraná Clube estreou na Série B foi
com derrota, exceto neste ano (vitória sobre o Ipatinga por 3 a 0) e
em outras duas oportunidades. Em 2000, o Tricolor bateu o Marcílio
Dias na Vila Capanema por 1 a 0, gol de Lúcio Flávio (atual Botafogo).
Antes, em 1992, o Tricolor empatou em 0 a 0 com o Grêmio no Olímpico.
- O que isso tem de importante? Simples: toda a vez que o Paraná não foi derrotado na estreia da Série B, o time foi campeão da competição.
Então, temos um curioso tabu a ser provado neste ano.
Segundona Freak
- Como é a primeira vez deste quadro e uma primeira rodada não nos permite muita margem para brincar, vamos colocar alguns números que
servirão de base para as semanas seguintes.
- Primeiro temos o número de pontos em disputa por cada time: 114. Óbvio
que seria estranho alguém ter 100% de aproveitamento em 38 jogos
(duvido que passe de dez jogos assim).
- Outro número importante é a média inglesa. Exceto em campeonatos muito desequilibrados, serve como número certo para o time ser campeão. Exceto no caso de predominância muito grande, sempre o campeão ficará abaixo deste número, obtido pelo cálculo de se ganhar todas em casa e empatar fora. A média inglesa da Série B é de 76.
- Promoção e rebaixamento são a tônica da Série B, uma divisão intermediária. Dois número de pontos são usados como referência: 63 para o acesso e 45 para a fuga do rebaixamento. Claro que pode oscilar
pois é afetado por empates ou desequilíbrio entre equipes, mas será
usado como referência neste quadro de nossa coluna.
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